segunda-feira, 2 de junho de 2008

Linux vs Windows - Parte 3

O Registry do Windows consiste numa base de dados de configurações complexas de aplicações, muito bem organizada. Contudo a sua gestão é igualmente complexa, apesar de dotar o sistema operativo de um padrão a nível de configurações aplicacionais, raras são as vezes em que se sai de uma batalha com o registry sem danos colaterais, isso sem mencionar o problema que constituem as remoções de configurações de aplicações como o Norton Antivírus. Portanto, apesar de ser uma excelente ideia em teoria, na prática revelou-se menos boa.
Quanto ao Linux, este não possui um Registry, armazenando as suas configurações em ficheiros de texto, tipicamente na directoria "etc". Isto permite uma gestão mais simples, não só devido ao facto da informação de configuração estar centralizada, mas também porque permite o acesso fácil a aplicações, scripts, ou editores de texto que os desejem alterar, incluindo a muito importante colocação de comentários. O lado negativo desta abordagem, consiste no facto de não haver um formato padrão no conteúdo dos ficheiros de configuração, não se podendo, por exemplo, fazer aplicações de leiam dados de todos esses ficheiros para uma qualquer análise.
Enfim, mais uma diferença :)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Como instalar/experimentar uma distribuição Ubuntu? - Parte I

Boas! O post de hoje, é sobre o Wubi uma nova funcionalidade que permite aos utilizadores do Windows instalarem, neste caso o Ubuntu ou derivados, como uma aplicação. O processo de instalação é totalmente automático tendo o utilizador somente de escolher a partição em que o deseja instalar, o espaço a ser ocupado pela instalação, a língua, o nome e a password do utilizador. É tudo! Se quiser desinstalar o Ubuntu, basta proceder a desinstalação como faria com uma outra aplicação qualquer no Windows, ou seja Painel de Controlo->Adicionar e Remover Programas.

1º - faça o download do ubuntu (este utiliza o gestor de ambiente gráfico gnome) ou kubuntu (este utiliza o gestor de ambiente gráfico kde). Sugiro que de uma vista de olhos nos seguintes screenshots: ubuntu 8.04 e kubuntu 8.04 antes de decidir qual das distribuições utilizar. Na minha opinião, para novos utilizadores que tenham experiência em ambientes Windows, o gestor de ambiente gráfico kde é mais fácil de utilizar que o gnome.

2º - após o download, fica-se na posse de um ficheiro com extensão iso que contém o sistema operativo e os programas. Este ficheiro deve ser gravado num cd (existe também a opção de o executar através de um simulador, p.e. o daemon tools). Se alguem tiver problemas com este processo, recomendo a leitura desta resposta à um comentário.

3º - basta inserir o CD na drive de CD/DVD-rom e fazer duplo clique neste ou esperar pelo auto-arranque para se obter a seguinte janela (no caso de não aparcer nenhuma janela, "entre" no CD e execute o umenu.exe):

A 1ª opção permite testar o ubuntu a partir da funcionalidade Live CD, e permite proceder-se a uma instalação de raiz onde o utilizador tem total controlo da mesma. A 2ª opção permite a funcionalidade disponibilizada pelo Wubi, que é a que vamos utillizar. A 3ª opção permite obter ajuda e encontrar mais referências sobre o assunto no site do Ubuntu. Clique na 2ª opção

Nesta janela escolhe-se a partição do disco onde se pretende efectuar a instalação; a quantidade de espaço do disco a utilizar (sendo o minimo de 4GB); a escolha do gestor de ambiente gráfico; a lingua em que o sistema vai ser utilizado (pode sempre proceder a sua modificação após a instalação) e por fim o nome e password do utilizador. A janela de instalação tem o seguinte aspecto:
No fim da instalação é necessário reiniciar o computador. A seguinte figura ilustra esta situação:



Após reiniciar o computador, o ultizador é confrontado com o seguinte ecrã aonde deve ser feito a escolha do sistema operativo a iniciar:



Com esta funcionalidade, experimentar a distribuição GNU/Linux Ubuntu e derivados, é mais simples. Experimente e conte-nos a sua experiência!

No caso de optar pela funcionalidade Live CD (esta funcionalidade permite experimentar o sistema operativo sem instalar nada no disco rigido, no entanto a experiência de utilização é mais lenta porque os dados são carregados a partir da drive de CD/DVD-ROM) e não quer entrar na parte de configuração da BIOS para seleccionar o boot através da drive de CD/DVD, efectua os seguintes passos para obter a mesma funcionalidade de forma simples e rápida (para remover esta funcionalidade basta remover a "aplicação" Ubuntu na lista de programas do Windows):






segunda-feira, 12 de maio de 2008

Linux vs Windows - Parte 2

A Microsoft, com o desejo de ter consistência no que diz respeito à aparência do sistema e das suas aplicações, integrou o kernel do sistema operativo com GUI (Graphical User Interface - parte gráfica do sistem operativo). Apesar de não ter regras tão restrictas quanto a Apple, no Windows tem-se um visual, a nível de aplicações, que tende a ser sempre o mesmo. Uma razão para que isto seja considerado perigoso, consiste no facto de, por exemplo, o driver da placa gráfica se executar a níveis com permissões muito elevadas, níveis esses onde, caso haja qualquer erro de hardware, pode-se deitar todo o sistema abaixo - razão típica para o conhecido ecrã azul.

Por outro lado, o Linux (e todos os sistemas baseados em UNIX) mantém a GUI e o kernel separados. Essa separação tem as seguintes vantagens: em caso de bloqueio do ambiente gráfico, não se tem de reiniciar todo o sistema (esta vantagem é maior no caso de ambientes de servidores); como qualquer aplicação, o GUI requer recursos do computador e, quando há esta separação, é dada a posssibilidade a administradores de sistemas de simplesmente não executarem a GUI, o que é muito comum em servidores, dado o desejo de se ter o máximo de recursos disponíveis para atendimento de pedidos de clientes; e torna o sistema muito mais estável. Essas são algumas das muitas razões pelas quais o Linux sempre foi líder no mercado de servidores. Essa separação também traz mais algumas vantagens implícitas: diversificação na oferta por parte de diferentes fabricantes; e a possibilidade da adicção de inúmeras funcionalidades sendo que, de entre as mais notórias, encontra-se a possibilidade de se conseguir enviar, através de uma rede, exactamente aquilo que se encontra a ser apresentado no ecrã local, permitindo assim administração remota, ou simples apresentação para, por exemplo, objectivos didáticos.

Os dois maiores gestores de janelas da actualidade são o KDE e o GNOME, sendo que a escolha de entre um deles dependerá do gosto de cada um, apesar de reconhecer que, para quem esteja familiarizado com o Windows, o KDE seja mais amigável.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

História

Nos anos 60, o MIT, a Bell Labs e a General Electric (grande produtora de electrónica na altura) constataram o sucesso gerado por sistemas proprietários que suportavam os conceitos multi-utilizador, ou seja, vários utilizadores simultâneos, e multi-programação, onde a execução de várias aplicações era feita aparentemente em simultâneo, simulada através da atribuição curta e periódica do CPU a cada aplicação. Dada essa constatação, desenvolveram o MULTICS (MULTiplexed Information and Computing Service). Porém esse projecto nunca chegou ao fim pois, após encontrarem-se problemas de difícil resolução a Bell Labs retirou-se e a General Electric desitiu completamente do negócio de computadores.

Entretanto, um dos engenheiros da Bell Labs, que tinha participado no projecto MULTICS, Ken Thompson, descobriu um computador PDP-7 que não estava sendo usado e começou a desenvolver uma versão simplificada do MULTICS, testando algumas teorias que deveriam eliminar alguns dos problemas que tinham encontrado. Esse sistema mais tarde tornou-se no hoje conhecido UNIX, que se tornou muito popular tanto a nível académico como para órgãos do governo americano. Porém essa popularidade, derivada do facto do UNIX ser acompanhado pelo seu código fonte, teve um lado negativo: vários fabricantes começaram a desenvolver sistemas baseados no UNIX, criando um enorme ambiente de incompatibilidade na indústria. Foi, por essa razão, que o Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE) desenvolveu um padrão a que chamou de POSIX, que consistia num conjunto de chamadas de sistemas (system calls) básicos que deveriam ser suportados por todas as variações.

Com o lançamento da versão 7 do UNIX, a AT&T notou que o UNIX se estava a tornar num produto comercial valioso, pelo que fez a sua distribuição sem o código fonte, o que tornou o ensino no mundo académico de sistemas operativos uma impossibilidade, visto ser uma disciplina maioritariamente prática, onde se aprende mais estudando exemplos reais do código fonte. Para corrigir essa situação, Andrew S. Tanembaum decidiu escrever de raíz um novo sistema que seria compatível com o UNIX, mas que não utilizaria nenhuma linha de código deste, de forma a livrar-se das restrições das patentes da AT&T. Este sistema era o MINIX (mini-UNIX), e foi amplamente aceite no mundo académico.

Contudo, para manter a sua popularidade académica, Tanenmbaum recusou durante anos a alteração, o acréscimo e melhorias ao código fonte, pois a ideia não era desenvolver um sistema eficiente e poderoso como o UNIX, mas sim manter simples e claro um código que viria a ser estudado nas universidades. Por essa razão, foi criado um clone do MINIX, para que se suportassem muitos mais recursos e que deveria ser muito mais eficiente e, consequentemente, complexo que o MINIX. Esse sistema era o Linux, e o estudante finlandês que teve essa iniciativa e que ainda hoje desenvolve o kernel do Linux chama-se: Linus Torvalds.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Linux vs Windows - Parte 1

O Windows foi desenvolvido tendo em conta a visão global do seu fundador Bill Gates: um PC, numa secretária, para uma pessoa. De acordo com esta visão, duas pessoas não podem trabalhar paralelamente na mesma estação de trabalho, ou seja, um não pode terminar um relatório para entregar no trabalho sem que o outro pare de navegar na internet. Obviamente, existem versões servidores que fazem isso porém, têm uma licença associada que custará imenso, e exigem utilização intensiva de recursos, luxo esse que não se pode ter em PCs domésticos.

O Linux foi desenvolvido tendo a mesma filosofia do seu antecessor: o Unix. Quando o Unix foi desenvolvido, no início dos anos 70, nos laboratórios da Bell, a ideia consistia em desenvolver um sistema operativo que deveria correr numa estação de trabalho PDP-7, que deveria ser partilhada por todo um departamento. Foi assim criada, nessa altura, o conceito de sistemas multi-utilizador. Essa realidade tornou possivel ter-se uma estação de trabalho, com os recursos todos necessários à sua execução e, para cada utilizador, ao invés de possuirem PCs para cada um, teriam apenas os chamados "terminais", ou seja, uma junção de ecrã, teclado e possivelmente mais algum dispositivo de input de dados, por exemplo, o rato. Esse tipo de arquitectura pode reduzir em grandes proporções o orçamento necessário para implementação de uma arquitectura de computadores necessária para a execução do trabalho de empregados numa empresa.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

General Public License

No início dos anos 80, Richard Stallman começou com uma iniciativa que tinha como objectivo "libertar" o software. Por libertar, entende-se disponibilizar conjuntamente o codigo fonte da aplicação de forma a dar total liberdade de uso ao consumidor. Este conceito deriva do facto de se querer libertar, o utilizador, de se associar a produtores de software que possam não dar suporte às intenções de utilização desse utilizador, tipicamente, não acrescentando novas funcionalidades específicas pretendidas por esse utilizador. Outra vantagem do software livre é a de o utilizador não ter de esperar pela disponibilização de arranjos de bugs (ex: service packs) do produtor, podendo o próprio utilizador, efectuar a correção necessária e disponibilizar esse código a todos os que o pretendam fazer. Isto sem mencionar que código visto e corrigido por muitos, ou seja, abertamente, é tipicamente melhor que o desenvolvido por detrás de portas.
Foi com esse objectivo em mente que o Stallman desenvolveu a licença: GPL (General Public License). Esta licença basea-se em três príncipios básicos: 1- todo o software GPL deve ser disponibilizado com o respectivo código fonte e este deve estar devidamente documentado; 2- caso terceiros adicionem código a software GPL, este deve estar também documentado, e posteriormente disponibilizado sobre a mesma licença; 3- quem desenvolve este software não se responsabiliza por quaisquer danos nos dados manipulados.
De salientar que esta licença não é a única utilizada por produtores de software livre. Outras licenças, como o Apache e o BSD, possuem cláusulas semelhantes, diferindo apenas nos pormenores de distribuição. Por exemplo, a licença BSD permite que terceiros acrescentem código, sem que sejam obrigados a anexar o código fonte desse acréscimo.

terça-feira, 29 de abril de 2008

O que é o linux?

Normalmente as pessoas entendem o linux como sendo um pacote de software, incluindo tudo desde a calculadora até ao office. Formalmente, isso tudo é aquilo a que se chama de distribuição. Como distribuições podem-se dar exemplos como o Fedora Core, Suse, Ubuntu, etc. O que é interessante, acerca dessas distribuições, é que a maior parte do software que contém não foi desenvolvida pela empresa que produz essas mesmas distribuições. Ao invés disso, outras entidades, particulares ou empresariais, desenvolvem-nas e disponibilizam-nas com licenças que permitem a terceiros a redistribuição dessas aplicações, desde que anexadas a código fonte.
A questão que resulta da análise até aqui feita é: afinal o que é o linux? O linux por si só consiste no núcleo do sistema operativo, tecnicamente conhecido por kernel. Este tem como tarefa abstrair, o utilizador comum, das peculiaridades e complexidades adjacentes à utilização do hardware da máquina, resolvendo problemas como: gestão de memória; atribuição "justa" de tempo de CPU a cada aplicação; gestão de dispositivos Input/Output (USB, HD, monitor, rato, teclado); e muito mais.
É esse o ponto de ligação entre todas essas distribuições, pois todas partilham o mesmo kernel, daí que tipicamente se refiram a elas como "Linux". Consequentemente, a resposta a: "qual é a melhor distribuição?" não existe, remetendo-se na verdade ao gosto e necessidade de cada um.
O modus operandi das empresas, que desenvolvem distribuições, tipicamente consiste em desenvolver uma versão para utilização doméstica, onde incluem código que pretendam testar para que posteriormente, seja incluido nas versões servidores, para empresas, que é onde se lucra. Com esta abordagem, ganham uma excelente plataforma de teste de software: a comunidade open-source, e consequentemente desenvolvem código muito mais seguro para as empresas, que não se podem dar ao luxo de estar a executar código que comprometa todo o seu negócio.

sábado, 26 de abril de 2008

Que versão GNU/Linux escolher ?

Para quem já utilizou alguma versão do Linux e queira experimentar outras, ou que procura a distribuição que mais lhe convém sugiro o site DistroWatch que mantém uma lista das distribuições mais utilizadas (o site é em inglês no entanto existem traduções para português de alguns tópicos). Existem análises e artigos sobre várias distribuições bem como a descrição das mesmas. Para os principiantes recomendo a distribuição Ubuntu, que como muitas outras distribuições permite a sua utilização sem ser necessário efectuar a sua instalação (funcionalidade liveCD). Uma nova versão do ubuntu é lançada de 6 em 6 meses (normalmente no mês de Abril e de Outubro de cada ano). A versão 8.04 LTS (Long-Term Support) com nome de código Hardy Heron, é a mais recente e foi lançada quinta-feira dia 24 deste mês.

O que gostarias de ver na tua comunidade?

Expõe as tuas dúvidas, sugestões, ideias, criticas, etc, através de comentários. Obrigado pela sua participação.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Estamos Online!

Olá a todos, sejam bem-vindos ao nosso blog! Este blog tem por objectivos formar uma comunidade Linux entre os cabo-verdianos, como o próprio título sugere. Pretendemos informar e aprender com a troca de conhecimentos dentro do universo Linux/Open Source. Esperamos que todos participem colocando as suas dúvidas, sugestões, ideias, enfim que participem activamente. Vamos fazer deste espaço o ponto de encontro dos "Linuxers" cabo-verdianos e não só!

Fundadores: André Lima e Herman Duarte.